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6 exemplos de Intra-Empreendedorismo

Intra-Empreendedorismo é a arte de inovar internamente. Podemos estar a falar de aviões supersónicos e tecnologicamente avançados, a pedaços de papel com novas funcionalidades e um toque subtil de imaginação, a coisas tão simples e ao mesmo tempo tão complexas como uma consola de jogos ou um espelho de casa de banho do futuro.

Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

1. Lockheed Martin

“Skunk Works” é um projeto que surgiu há mais de 70 anos na Lockheed Martin, através de Kelly Johnson, um engenheiro da empresa que tinha um método de organização muito peculiar e que mais tarde veio a ganhar o cognome de «arquitecto dos céus». Tudo porque, Kelly, rompia com as barreiras burocráticas do sistema para que a inovação estivesse sempre na primeira linha. Assim, o projecto «Skunk Works» trouxe à vida dezenas de projectos revolucionários do ponto de vista da aviação e tecnologias que transcendem os limites da nossa imaginação. A semente da inovação foi plantada na Lockheed Martins desde então e continua a brindar o mundo com tecnologia de ponta.

O projecto “Skunk Works” trouxe à luz do dia modelos de aviação muito inovadores, como é o caso do Lockheed SR-71 Blackbird ou o Lockheed U-2 mais conhecido por Dragon Lady e permitiu que a empresa fortalecesse a sua presença no mercado, afirmasse a sua reputação no ambiente militar e que fosse reconhecida como uma das mais inovadores empresas de tecnologia militar de sempre.

2. Shutterstock

A Shutterstock, todos os anos, realiza um Hack-A-Thon, evento que reúne programadores, designers e outros profissionais ligados ao desenvolvimento de software para uma maratona de programação. O objectivo é desenvolver um software que atenda a um fim específico ou projectos livres que sejam inovadores e utilizáveis, durante um período de 24 horas. Este evento é directamente focado nos seus funcionários para que estes possam explorar todas as ideias que surjam e que possam potenciar a empresa.

Destes eventos saíram algumas ideias para aproveitar melhor os recursos, o aumento de receitas e o aperfeiçoamento dos processos. Entre essas ideias destaca-se uma ferramenta que aumentou e muito a experiência para os utilizadores, a Spectrum, um poderoso motor de busca que permite pesquisar imagens apenas através de cores, e uma outra ferramenta, igualmente poderosa, de análise de dados, Oculus, que desde que saiu em 2012 é usada pela Shutterstock todos os dias.

O intra-empreendedorismo é claramente potenciador de uma dinâmica criativa dentro da empresa com real impacto no estado emocional nos funcionários, pois, neste caso, conseguem sentir-se motivados a implementarem as suas ideias. Como isso acontece, sentem-se naturalmente tentados a procurar novas ideias. Comportamento gera comportamento.

3. 3M

Um cientista da 3M, o Dr. Spencer Silver, estava a tentar criar um adesivo resistente o suficiente para usar na indústria aeroespacial. Acidentalmente, criou um adesivo muito fino e leve que não deixava rastos nas superfícies onde era colocado e que mantinha o seu aspecto original. O produto parecia útil mas o problema é que isso não respondia ao objectivo principal do projecto. Como não respondia ao objectivo principal do projecto a ideia foi metida numa gaveta.

A procura pela inovação estava presente na cultura da organização e por isso comunicou a outros departamentos essa descoberta. Lançou um desafio para se arranjar uma aplicação para aquele novo material. Esse dia chegou quando outro cientista da 3M, Art Fry, decidiu usar esse novo material como marcador de página e mais tarde como porta-recados ou transmissor de ideias. É assim que surge o Post-It. Uma ideia levou à outra. Começou numa pessoa que não viu a essência da ideia mas outra pessoa percebeu a sua aplicabilidade e o seu potencial valor.

Este é um daqueles exemplos onde o intra-empreendedorismo acontece sem ser planeado. Surge mais como resultado de uma sucessão de acontecimentos aleatórios do que propriamente de algo minimamente estruturado mas que só surge porque a política da empresa está inteiramente centrada na inovação.

4. Sony

Tudo começou porque a Mega Drive (grande suspiro) dominava o mercado norte-americano de 16 bits e a Nintendo queria conquistar esse espaço. Para isso lançou a Super Nintendo que, por sinal, se revelou um autêntico fiasco, pelo menos até lançarem o Street Figther 2 (outro suspiro). Era uma consola muito mais evoluída tecnologicamente que a Mega Drive mas como não possuíam know-how interno para a desenvolverem tiveram que fazer uma parceria com a Sony. Esta tinha o conhecimento necessário para desenvolver um chip de áudio melhor que o da Mega Drive. E é, aqui que se dão os primeiros passos para o nascimento da Playstation.

Sucede que as duas empresas entraram em desacordo em alguns pontos e o contrato foi cancelado. A Nintendo criou uma nova parceria com a Philips mas o engenheiro Ken Kutaragi, que mais tarde veio a ser conhecido como o “pai” da Playstation, insistiu na continuidade do projeto tendo reportado às suas chefias diretas o potencial da ideia. Caso esse gestor não tivesse visão, e persistência, para o potencial que este mercado tinha nunca teríamos conhecido Metal Gear Solid, Tekken 3, Gran Turismo ou Resident Evil, grandes clássicos da plataforma de jogos mais vendida mundialmente, a Playstation.

É crucial, portanto, que estejam reunidos diversos fatores para que a organização se oriente para a inovação. A abertura a novas ideias é uma delas.

5. Google

Todos nós precisamos de comer, mas no Google toda a gente come de graça. E as vezes que quiser. Toda a gente precisa de se transportar de casa para o trabalho, do trabalho para casa, mas no Google isso é de graça. A empresa fornece o transporte de ida e de volta. Toda a gente sai a horas. Só por aí já é bastante positivo. Também apostam na actividade física como estimulante para boas energias, por isso o ginásio está incluído e é de graça. Os funcionários que são pais, para além de receberem horas para estarem com os filhos, recebem valores extra no ordenado para comprarem fraldas, leite, roupas e outras coisas importantes para os bebés. Podem levar o seu animal de estimação para o escritório e quem concluir as suas tarefas de forma positiva ganha créditos para sessões de massagem.

6. Regra 80/20

Depois temos a maravilhosa regra dos 80/20. Uma metodologia que permite aos funcionários gastar 80% do seu tempo em assuntos relacionados com a empresa e os restantes 20% em projectos pessoais. É aqui que toda a magia do Google ganha forma.

Se alguma vez viram o filme “O Sexto dia” com o Arnold Schwarzenegger devem estar recordados daquela parte em que o personagem usa um espelho que lhe deseja um feliz aniversário e lhe diz qual é a agenda para aquele dia. Na minha opinião, uma das partes mais importantes do filme.

Max Braun, engenheiro de software do Google, decidiu fazer do espelho mágico de Arnold uma realidade. Ele transformou o espelho da casa de banho numa óptima ferramenta capaz de te dar as boas notícias e de te dizer o tempo. Por incrível que pareça até é algo relativamente simples de se construir. Está em fase de aperfeiçoamento mas é uma ideia bastante promissora e que nos deixa, claramente, com as expectativas em alta.

7. IPAM – PORTO

O Instituto Português de Administração de Marketing, Escola de Ensino Superior líder na área de Gestão de Marketing desde 1984, com escolas no Porto e em Lisboa lançou uma comunidade, em 2014, de estudantes e professores. Procuram trabalhar em conjunto de forma a responderem a pedidos de empresas cujos projectos não possam ser enquadrados no âmbito curricular. A ideia surgiu depois de dois professores, o Ricardo Mena e o Filipe Rodrigues, sentirem a necessidade de colocar os estudantes mais próximos do mundo empresarial e dos respectivos modelos de negócio. Assim, pretendiam que desenvolvessem novas competências e implementassem processos que desconhecessem para que os seus conhecimentos na área ficassem mais consolidados.

A equipa já colaborou com várias empresas, como a Douro Azul, o Ikea, a NY Sliders e a Global Test.

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